São Paulo Recebe Segunda Onda De Imigrantes Afegãos Em Busca De Refúgio | Descomplica 365

Publicado em 14/06/2023 22:57

A Agência da ONU para Refugiados divulgou dados alarmantes nesta semana, revelando que mais de 100 milhões de pessoas em todo o mundo foram forçadas a deixar seus países de origem em 2022, um número alarmante que dobrou em comparação com a última década.

No cenário brasileiro, São Paulo emerge como um ponto de chegada para a segunda onda de imigrantes afegãos, buscando escapar do regime de opressão, censura e terror imposto pelo Talibã.

Atualmente, cerca de 141 afegãos, a maioria deles famílias, encontram-se abrigados em tendas improvisadas no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Essas estruturas têm como objetivo oferecer um mínimo de conforto em um local que originalmente deveria servir apenas como passagem temporária.

Em relato comovente, uma jovem de 20 anos, acompanhada pelo marido há 16 dias, compartilha suas experiências e relata que, uma vez por semana, são levados a um hotel próximo para tomar banho. No entanto, eles ainda aguardam uma vaga em um abrigo onde possam permanecer juntos.

O Brasil, desde 2021, tem concedido vistos humanitários aos afegãos que buscam segurança no país. Embora o fluxo de refugiados afegãos tenha aumentado significativamente em setembro do ano passado, com voos semanais trazendo milhares de pessoas, muitas vezes resultando em centenas acampando nos saguões do aeroporto, as prefeituras de Guarulhos e São Paulo, em conjunto com o governo estadual e organizações não governamentais, têm trabalhado para encaminhar esses refugiados para centros de acolhida.

Em um período de aproximadamente um ano e meio, o governo brasileiro emitiu mais de 7 mil vistos humanitários para os afegãos. Do Aeroporto Internacional de São Paulo, eles deveriam ser direcionados a 11 abrigos que, juntos, oferecem 800 vagas. No entanto, um desafio atual é que todas as vagas estão ocupadas, criando uma situação de superlotação.

David Torzilli, representante da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) no Brasil, explica que a dificuldade com o idioma português prolonga a estadia dos afegãos nos abrigos. A necessidade de aprender o idioma, integrar-se à sociedade local e encontrar oportunidades de trabalho demanda mais tempo, o que impede uma rotatividade adequada nas vagas disponíveis nos abrigos.

Diante dessa situação desafiadora, esforços continuam sendo feitos para garantir abrigo, assistência e apoio aos refugiados afegãos no Brasil, enquanto o país busca soluções para enfrentar essa crise humanitária global.

Você pode gostar

© 2024 - Descomplica 365