Clientes de plano de saúde têm registrado um aumento nas queixas devido ao descredenciamento de médicos, laboratórios e hospitais.
Essa situação gera insatisfação e preocupação entre os beneficiários, que enfrentam dificuldades para obter atendimento adequado.
Segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o número de reclamações tem crescido nos últimos anos. Em 2020, foram registradas mais de 12 mil queixas, número que subiu para quase 16 mil em 2021 e ultrapassou 25 mil em 2022. Até maio de 2023, já foram contabilizadas mais de 13 mil reclamações.
No estado de São Paulo, o Ministério Público já abriu sete procedimentos para investigar casos de descredenciamento. A advogada especializada em direito à saúde, Renata Vilhena Silva, destaca que muitas operadoras não estão garantindo a qualidade dos planos oferecidos.
De acordo com a advogada, as operadoras estão adquirindo hospitais e restringindo o acesso dos consumidores à rede credenciada. Essa prática tem diminuído significativamente a disponibilidade de profissionais e instituições de saúde, prejudicando os direitos dos clientes.
O presidente da Abrange, associação que representa os principais planos de saúde do país, afirma que o crescimento das reclamações está relacionado ao aumento do número de segurados e procedimentos. Ele ressalta que as substituições são feitas de acordo com a legislação, priorizando a qualidade do atendimento.
Conforme a lei, as operadoras podem descredenciar laboratórios e profissionais, desde que ofereçam substitutos equivalentes e informem os clientes com antecedência mínima de 30 dias.
Com isso, no caso de troca de hospitais, além de comunicar os beneficiários, é necessário obter autorização da ANS.
A ANS ressalta que as operadoras devem disponibilizar em seus sites todas as informações sobre substituição de prestadores de serviços e descredenciamento de hospitais. Assim, o não cumprimento dessas obrigações pode acarretar em advertências e multas.
Aumento das queixas de descredenciamento em planos de saúde tem gerado preocupação entre os beneficiários, que enfrentam dificuldades para obter atendimento.
Dessa forma, a falta de transparência e a busca por redução de custos por parte das operadoras têm impactado a rede credenciada.
