Originária da vasta e biodiversa Floresta Amazônica, a planta aguapé (Eichhornia crassipes) é uma das inúmeras espécies que chamam essa região de lar. Com suas flores roxas e sua habilidade de flutuar na superfície da água, o aguapé é uma visão comum nas águas calmas dos rios e lagos da Amazônia.
Enquanto na Amazônia o aguapé desempenha um papel equilibrado no ecossistema, em outros lugares do mundo, tornou-se uma verdadeira praga. Levada para novas regiões, seja intencionalmente, para ornamentação, ou acidentalmente, a planta encontrou ambientes onde proliferou sem controle. Sem os predadores e competidores naturais que mantêm sua população sob controle na Amazônia, o aguapé pode rapidamente cobrir a superfície de corpos d’água, sufocando outras formas de vida aquática e alterando o ecossistema.
Plantas invasoras como o aguapé são responsáveis por perturbações significativas em habitats nativos. Ao dominar corpos d’água, o aguapé reduz a quantidade de luz e oxigênio disponível para outras plantas e animais, levando à morte de espécies nativas. Estima-se que espécies invasoras, como o aguapé, estão relacionadas a 60% das extinções de outras plantas e animais em todo o mundo. Além disso, a superpopulação de aguapé pode obstruir vias navegáveis, afetar a pesca e criar condições ideais para a proliferação de mosquitos.
Várias estratégias foram adotadas ao redor do mundo para controlar o crescimento dele. Isso inclui a remoção manual, o uso de herbicidas e a introdução de predadores naturais da planta. No entanto, a eficácia dessas medidas varia e, em alguns casos, pode ter impactos colaterais no ambiente.
A história do aguapé destaca a importância de tratar a introdução de espécies em novos habitats com extrema cautela. Enquanto na Amazônia ela é apenas uma entre milhares de espécies coexistindo em equilíbrio, em outros lugares, sem os devidos controles, pode se tornar uma ameaça à biodiversidade e aos ecossistemas locais.
