A Prefeitura de Campinas está construindo moradias de 15 m² para abrigar famílias que vivem na ocupação Nelson Mandela. Cada casa possui dois cômodos: um menor, destinado ao banheiro, e um maior, com uma janela. O terreno tem uma área total de 90 m².
Um espaço de 15 m² é equivalente a um retângulo de aproximadamente 3 m x 5 m. Nessas dimensões, é possível acomodar uma cama de solteiro ou de casal, uma pequena escrivaninha, um armário e uma área de circulação limitada. Se for utilizado como sala de estar, pode comportar um sofá pequeno ou uma poltrona, uma mesa de centro, uma estante, uma TV e uma área reduzida para circulação.
O projeto das casas recebeu críticas de especialistas em política habitacional, como o professor da FAU-USP Tomás Moreira. Ele aponta que o imóvel não se adequa ao conceito de moradia digna estabelecido pela ONU, que recomenda, no mínimo, a presença de uma cozinha, um cômodo e um banheiro. A falta de uma cozinha completa é apontada como um problema, pois é considerada fundamental para a sobrevivência das famílias.
No entanto, a coordenação da ocupação Nelson Mandela destacou que as moradias são um “embrião” e considera a iniciativa uma vitória. Segundo eles, as famílias conquistaram lotes de 90 m², e as casas ainda serão construídas ao longo do tempo. O vice-prefeito de Campinas, Wanderley de Almeida, defendeu a solução como uma alternativa negociada em concordância com o Judiciário, considerando a situação precária das famílias que vivem em barracos improvisados, sem saneamento básico e sob ação de reintegração de posse.
É importante ressaltar que a construção dessas moradias é uma medida específica para enfrentar uma situação emergencial, e o objetivo é proporcionar um abrigo temporário às famílias até que soluções mais adequadas possam ser implementadas.
