Uma enorme quantidade de água quente vem se movimentando lentamente através da zona tropical do Oceano Pacífico, em direção à América do Sul. Esse movimento de água e calor deu início ao fenômeno climático conhecido como El Niño, que promete trazer mudanças significativas nos padrões climáticos globais nos próximos meses.
Os climatologistas recentemente anunciaram que o El Niño já se formou e tem previsão de fortalecimento até o final do ano e nos primeiros meses de 2024. As projeções indicam a possibilidade de um El Niño especialmente intenso este ano, o que acarretaria impactos significativos.
Com o aumento das emissões de carbono e a intensificação do El Niño, os cientistas alertam que existe uma probabilidade de 66% de o planeta ultrapassar o limite de aquecimento global de 1,5°C em pelo menos um ano até 2027.
Além disso, o fenômeno pode desencadear padrões meteorológicos extremos, como fortes chuvas e enchentes, em diferentes partes do mundo, especialmente nos Estados Unidos e em outros países, no final deste ano e no início do próximo.
O El Niño e o fenômeno climático oposto, La Niña, são conhecidos por alterar os padrões climáticos globalmente.
Estudos indicam que o El Niño previsto para 2023 pode resultar em um custo de até US$ 3,4 trilhões (cerca de R$ 16,6 trilhões) para a economia global nos próximos cinco anos.
Países tropicais costeiros, como a Indonésia e o Peru, sofreram uma queda de 10% no PIB após eventos anteriores do El Niño.
Estima-se que as perdas econômicas globais neste século atinjam US$ 84 trilhões (cerca de R$ 410 trilhões), com as mudanças climáticas amplificando a frequência e a intensidade do fenômeno.
Pesquisadores destacam que o impacto do El Niño não é apenas um choque temporário na economia, mas pode ter consequências duradouras.
Estudos mostram que, após eventos anteriores do El Niño, como em 1982-83 e 1997-98, o PIB dos Estados Unidos foi 3% menor do que o esperado cinco anos depois.
Caso ocorra um evento de magnitude semelhante atualmente, estima-se que o custo para a economia americana seria de US$ 699 bilhões (cerca de R$ 3,4 trilhões).